Saudade é..

Saudade é..

um vírus;

uma doença;

a mágoa da tristeza;

Nela não há beleza.

Saudade é..

para muitos, o fim do mundo;

a escuridão no fim do túnel;

um mar de lágrimas infinito;

perder o seu sentido.

Saudade é..

para mim, um sentimento traiçoeiro;

algo eterno e ,ao mesmo tempo, passageiro;

um desencontro do destino;

um “elo perdido”;

que me faz sofrer

como um peregrino,

que anda e anda e não encontra seu lugar.

O que eu perdi

espero um dia reencontrar

e feliz vou estar

como o peregrino que encontrou o seu lar

A Arte do Viver

Os segundos passam,
horas mudam devagar
A vida tirou folga
e resolveu viajar
Os vivos morrem
os mortos nascem
Deve ter sido por um bom motivo
que a Terra parou de girar.

O sol já não ilumina o dia
A lua já não aparece à noite
As pessoas já não são como antes
Preciso que volte

Os segundos já não passam
as horas já não mudam
O tempo parou
e, com ele, o meu mundo

Volta pra mim
mas não só pra mim
para todos aqueles
que, assim como eu,
ficaram mergulhados na solidão como um proteu

Minha estrela se apagou
Meu sol escureceu
Meu motivo de viver padeceu
Mergulhada nessa solidão
Aguardo respostas
Respostas
Que somente eu devo responder

Todos dizem que há uma luz no fim do túnel
por muito tempo meu túnel ficou escuro
Achei essa luz
encontrei meu caminho
escolhi minha estrada
E já vou indo

Finalmente,
O sol iluminou o dia
A lua apareceu à noite
As pessoas são como antes
O tempo passou
O Mundo girou
Minha vida, você voltou.

Isabel de Lima Pinheiro

Açúcar

O doce da boca
O doce do beijo
O doce do açúcar
O doce desejo

O açúcar do doce
O açúcar dos beijos
Que  transforma em bocejos
Animados festejos


Isabel de Lima Pinheiro

Versos

Não posso escrever meus versos épicos

São simples, mas bélicos
São inspirados em alguém com ar discreto,
Misterioso e angélico

Meus versos são pacíficos,
Mas podem causar pânico.
Te suplico:
Em meio à tanta opulência
Tenha prudência
Caminhe à reminiscência!

O mundo não é perfeito
Eu também não sou
No meu mundo você é meu eixo
Mas meu mundo parou

Hoje não há mais nada a falar
Não mais nada há pensar
A paciência esgotou

Com todos é assim
O começo é o fim
O tempo parou.
E eu fiquei no vão do espaço
Num lugar vago

Me pus a pensar...
Só me restava uma coisa: o teu olhar!
Um olhar singelo
E foi esse olhar poético
Que me inspirou.
A solidão acabou

Escrevi em versos
O que não pude comunicar
Sentimento lindo em meros,
Então não pude me controlar

No silêncio, comecei a chorar
Chorei, chorei, chorei
E cansei
De lágrimas derramar.
Finalmente as horas passaram
E mais lágrimas se derramaram
Pois encontrei o meu lar

Dentro do teu olhar!






     Isabel de Lima Pinheiro,(11)

Marina

Ali está ela
na sacada da janela,
aguardando minha chegada,
muito mais que bela.
Fico até deslumbrada
só de pensar
que aquela menininha
é a minha filha,
minha "Princesinha do Mar"!

Pequenina amada,
são poucas as palavras para expressar
mas não preciso delas para te amar.
Marina,
razão da minha vida!

Ontem foi uma menina.
Hoje é uma mocinha.
Amanhã será adulta,
com o caráter, a meiguice, a beleza,
inocência, obediência, esperteza,
bondade, conselhos e a certeza
de que será uma mulher madura,
uma mulher segura.

Só queria que guardasse
este humilde poema
para que mostrasse
à sua pequena
com o mesmo amor que lhe dediquei.
Eu sei, eu sei...
É muito nova para filhos..
Mas ontem mesmo tinha nove
hoje tem dezenove
amanhã terá vinte e nove ...

Querida, o tempo voa
e, junto com ele, a música que soa
numa imensidão de ruídos,
infinitos,
como as "essências de um pinho",
como as palavras de um livro,
como o fim de um redemoinho.

Peço que não saia
pois o mundo não perdoa,
apenas magoa
sem dó nem piedade.
E quando isso acontecer
volte para minha casa,
onde estará salva.
Eu te esperarei com muitas saudades
e te receberei com muita felicidade.

Amo-te filha!
Minha filha querida!
Esse sentimento profundo e sincero nunca esquecerei
e para todo o sempre,
Sempre
te amarei!